domingo, 19 de abril de 2009

Rita Lee mora ao lado Henrique Bartsch


A um tempo atrás li o livro em questão. Em Poços de Caldas. Muita charretinha de bode, muitas fotos no avião, passeios de bondinho, banhos termais, água quente, chá-verde, enfim, toda a calmaria que não se encontra na vida da nossa junkie psicodélica.
Nosso conterrâneo Henrique Bartsch, foi muito feliz, ou, sei lá, captou uma mensagem do além, e transformou a biografia da musa do rock nacional, em um romance ficcional com pitadas de realidade mescladas com muitas situações absurdas, ou seja, a chamada do livro está correta: "uma biografia alucinada da rainha do rock"
Soube muito bem o autor captar o espírito da nossa biografada. Parece em determinados momentos que ele também bebeu uma garrafa de Whisky, ou tomou um ácido, ou fumou uma maconha.
Parte da idéia de um filme "A Vida de Brian" e cria uma personagem chamada Bárbara Farniente, vizinha de Rita Lee, que leva a sua vida paralelamente e influenciada de alguma forma por Rita.
Num misto de admiração e inveja Barbara vai contando de forma ficcional a vida de Rita Lee, se inserindo na estória como aquela que acompanhou as vezes longe, às vezes pertíssimo, todas as alegrias e desventuras de Rita Lee, sem poupar o lado negro, o lado podre etc.
E a estória é riquíssima, principalmente a primeira parte baseada na biografia dos Mutantes escrita por Carlos Calado.
Ficamos sim sabendo do relacionamento com Arnando Batista, sua tentativa de suicídio, da trajetória nada convencional dos Mutantes, das idas e vindas com Roberto, das intimidades com os filhos, das "bad trips" que sempre eram entendidas pela mídia como tentativas de suícido...do seu Sítio em Caucaia e das suas buscas pelas ciências ocultas e sentidos para a vida, suas viagens para o Caribe, Europa, suas atuações políticas na defesa da natureza e dos animais, das músicas, dos discos que arrebentaram(outros nem tanto!) da sua briga com o Giron etc, de sua nada agradável passagem pelo Rock in Rio tudo de uma forma muito leve inventiva, nada convencional, com muitas citações pop e personagens do mundo das artes brasileiras e internacionais, tudo regado obviamente com sexo, drogas and rock and roll.
Com esses ingredientes não é necessário dizer mas vá lá: Delícia de leitura!!!!! Pena que o livro acabe tão rápido!
Enfim, como eu adoro citação, a personagem Barbara Farniente resume bem quem foi Rita Lee e qual foi sua trincheira: "Rita Lee vem matando as Amélias de tempos em tempos e merecidamente, pois aquelas jamais foram mulheres de verdade. Ela deu a cara para apanhar e não recuou um milímetro. No Evangelho, segundo suas letras de música, para quem souber separar o joio do trigo, estão os ditames da nova mulher"
Uau! Bela e merecida homenagem!

Nenhum comentário:

Arquivo do blog