terça-feira, 21 de abril de 2009

o mago em um trago


"conheceis a verdade, e a verdade vos libertará"


Foi assim numa tragada. Livro fácil de ler, afinal Fernando Morais consegue transformar até a vida de um simples lixeiro, em retrato de época. Fernando Morais não é mais um biógrafo é “o biógrafo” desde “Olga”, desde “Chatô”.
A vida de Paulo Coelho é muito interessante e compartilho de sua opinião quanto a verdade e admiro sua coragem em “abrir seus baús” para o biógrafo como fez, e de ter esculachado o Roberto Carlos que fica tentando esconder o impossível, considerando suas “personas” públicas.
Mas ao acabar o livro, embora todo o esforço de Fernando Morais seja louvável, já que assume que simpatizou-se com o biografado, fica a seguinte pergunta?
Dá para embarcar nesse navio??????????????????????? Explico.
Fernando Morais tenta...tenta...e tenta dizer que todos os brasileiros são preconceituosos, enquanto no resto do mundo Paulo Coelho é uma unanimidade como escritor; que no Brasil a crítica é preconceituosa em relação a sua obra. Ora. Será?
Sinceramente tentei embarcar mas NÃO DEU! O livro só reforça a minha opinião anterior baseada em conceito e não em preconceito(já que li alguns de seus livros e críticas), que o cara é picareta puro! E agora com essa biografia autorizada - picareta assumido!
Paulo Coelho é o cara que não escreve em razão da alma, mas em razão do lucro, que inventou essa estória toda de bruxarias para vender livro e que almejou a vida inteira estar na Academia Brasileira de Letras por pura vaidade!
O que esperar de um escritor que:
a) tem que consultar o “I Ching” para tomar uma decisão importante e filiou-se ao satanismo?
b) Que tem que dar a bunda para descobrir que não é homossexual?
c) Que inventou a coleção “Poetas do Brasil” para locupletear-se as custas de pobres escritores amadores?
d) Que deixou sua namorada a mercê de um algoz no DOI-CODI por covardia?
e) Que quase matou uma criança por atropelamento e fugiu?
f) Que no seu primeiro livro plagiou um conto inteiro e contratou a preço de banana um ghost-writer ?
Sinceramente não sou reacionário. Sou até liberal, muitas dessas perguntas faço apenas para ilustrar, mas perdôo quase tudo com as seguintes respostas:
a) Religião não se discute e o esoterismo é moda;
b) Sexo não se discute e o cara viveu na época do experimentalismo.
c) Vivemos num País capitalista e temos que ganhar dinheiro de alguma forma;
d) Que as reações ao sofrimento são muito particulares, e variam em cada ser humano(uns mais fortes outros mais fracos);
e) Paulo Coelho era apenas um adolescente assustado.
f) Não perdôo – plágio e falsidade ideológica é crime!(muito embora no seu caso já esteja prescrito);
Portanto a única questão imperdoável no livro e na sua vida é a relacionada àquilo que ele se tornou. Escritor. O cara escreve mal! Plagiou até o Carlos Heitor Cony? Entrou na Academia Brasileira de Letras só porque segundo os catedráticos “o milho era bom” ou seja por questões financeiras; “só é o que é” hoje em face de sua grande capacidade de produtor, vendedor e marqueteiro de si mesmo. O livro deixa bem claro isso! (sem contar a sorte e seus fiéis escudeiros...)
Concluindo – “O mago” é um bom livro como retrato de época , como relato histórico da degradação cultural em que vivemos, da massificação e da simplificação. (vide quem são hoje os ícones do jet set internacional....os ronaldos....os coelhos....a família beckhan e demais mulheres “carecas” da vida!)
Saliente-se ainda que a própria vida de Paulo Coelho é muito melhor do que qualquer de seus livros. Sem dúvida vai dar um belo thriller cinematográfico hollywoodiano.
Sinopse: Rapaz desacreditado pela família, pela escola, mal aluno, drogado, prostituído, roqueiro que depois de viagens diversas, choques e experiências esotéricas a despeito de todas as críticas desfavoráveis torna-se um dos escritores mais lidos no mundo!!!!
Uau.....o inferno e a redenção.
Agora; o livro sobre sua vida deveria acabar com uma citação de Nelson Rodrigues, este sim um grande escritor: “A UNÂNIMIDADE É BURRA”
Se quer a biografia de um grande escritor leia “O Anjo Pornográfico” de Ruy Castro.
Êta lingüinha ferina; que os orixás me perdoem....babalaoôoooooooooooo.......

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