segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Tropicália - o filme de Marcelo Machado



Aproveitando a ressaca de eleição com o fim do 2º. Turno aqui em Reb’s bem como o forum fechado fui assistir uma matinê no Cinépolis da “avant-première” em Ribeirão Preto do filme Tropicália do diretor Marcelo Machado. Dia 29 de outubro, 13:30 horas – ao escolher a cadeira tinha o cinema todo a minha disposição; “- Se for só eu a sessão acontece?” “- Sim, sem problemas, mesmo sem ninguém!”. Aliviado lá fui eu. Durante os trailers apareceu mais um nerd gato pingado (que não ficou até o final da sessão). Pedi para o operador da câmera acertar o foco que estava horrível e iniciou-se a sessão para os dois gatos pingados. Um e meio vai já que o meu cúmplice barbudo que deveria ter a minha idade foi embora antes do final. Me senti uma flor de lótus. Porém tudo isso é um pecado. Um desperdício. Um despautério. Sei que sou suspeito já que quero justificar o meu investimento(R$8,00 + a pipoca) mas o documentário é ótimo, as imagens selecionadas incríveis e o tratamento delas bem como os relatos muito felizes e com muita riqueza de detalhes. É fácil entrar no climão “flower power” utópico que envolveu a Tropicália com alguns dos nossos ídolos desfilando na telona com aquela trilha sonora tão prazerosa e familiar. O diretor foi muito feliz em deixar as imagens falarem por si com os relatos em off. Um despropósito aquela sala quase vazia... O filme deveria ser matéria obrigatória nas escolas. Já pensou? Hoje aula de Tropicália. Assunto: Liberdade de criação – Subversão – Utopia – Rebeldia - Criatividade.- Isso é que é utopia heim? A despeito do meu privilégio de ter uma sala de cinema exclusiva valia um ônibus escolar na porta do Shopping desovando a criançada para ver e saber ao menos superficialmente algo sobre Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner, Torquato Neto, Hélio Oiticica, Maria Bhetania, Gal, Mutantes, Tom Zé, Rogério Sganzerla, Glauber Rocha & Cia.

Também está ali um libelo contra a mesmice de um ditadura acachapante de um período sombrio da nossa estória de familiares omissos e medrosos. Outrossim e apenas finalizando está ali uma pequena aula contra o conformismo muito apropriada para as novas gerações e essa moçada que fica por aí perdendo tempo com joguinhos de computador, boliche, novela, restart, nx zero.... e que não sabem sequer que um dia existiu um festival de Wigth. Será que tem Mutantes no Guitar Hero? E o assassinato do estudante Edson Luís será que essa moçada dourada e sarada sabe do que se trata?
Pois é...valia aquela gritaria, chicletes voando...neguinho sentado no chão, piadinhas....namoricos e outras interações e interferências para encher o saco deste quase velho triste naquela sala de cinema quase vazia.... Já não se fazem matinês e avant-premières como antigamente.... Vou levar meu filho de nove anos para ver o filme. É claro se eu conseguir tirar ele por algum tempo do minecraft. Missão quase impossível.