sábado, 11 de fevereiro de 2012

um dia de chuva qualquer



Tem dias que não sinto a menor vontade de investir em planos, em futuro, em projetos que nem sei bem a razão de sua existência. Aliás nem sei bem a razão da minha própria existência. A chuva cai lá fora. Escuto os barulhos dos trovões na minha alma cansada. Onde estarão os pássaros agora? Embaixo de alguma marquise velha e descascada....quem sabe....Os amigos nos cobram atitudes. Os inimigos nos cobram atitudes. Todos nos cobram “algo mais”. E por quê? Que tal derramar o corpo nesse colchão branco em forma de nuvem e ficar simplesmente horas pensando em inércias, em insetos falecidos, em pássaros semi-molhados em marquises? Sinto o luz dos relâmpagos eclipsando a minha retina, seja lá o que isso signifique. No canto esquerdo desta mesa vejo um pequeno papel...um envelope... - uma conta que esqueci de pagar porra! E num lampejo trovejante e iluminado por um raio caio de boca na realidade. Definitivamente não nasci para poeta. Quem foi que disse que poeta bom é poeta morto? Zeca Baleiro ou Robim Willians? Dúvidas descem pela ladeira numa enxurrada de idéias desconexas. São as águas selvagens em demasia que nos levam para os “mares nunca dantes navegados”. Mas não desisto! Um dia encontrarei o melhor dos mundos possíveis...num verso de Camões...numa peça de Voltaire ou numa chuva du caralho!
(eu não resisto – eu sempre tenho que estragar tudo no final! – risos.)