Factótum(1975), representa o minha nova incursão na obra de Charles Bukowsky, último escritor maldito, ídolo de outrora, dos meus tempos de alto envolvimento etílico e tardes livres.
O livro narra as aventuras ou melhor desventuras do alter-ego do escritor "Chinaski", escritor errante e alcóolatra , perambulando pelas diversas cidades americanas em busca de sub-empregos, bebidas, mulheres vulgares em becos sujos, ou seja, livro bom para ser lido em mesa de boteco com trilha sonora: Tom Waits ou quem sabe o blues do ZZ Top. (este eu desenterrei- lembra - os barbudos....)
O interessante do livro é que ele é autobiográfico - Bukowsky não escreveu o livro. Ele é o livro. Sua vida é o livro. Ele mesmo é o maior anti-herói da literatura norte-americana. Acho que inclusive chega a superar outro ídolo de outrora. Henry Miller.
Bons tempos em que o autor se envolvia com a literatura. Último remanescente daquela geração de escritores que se envolvia com a literatura de tal forma que passavam a fazer parte dela. E como sofriam....é inimaginável ver nos dias de hoje um escritor errante pagando com a própria vida pelo prazer de ser simplesmente escritor, com todas as implicações pejorativas de sua opção; o escritor ia fundo na tristeza, no sofrimento para depois, com beleza, retratar tais sentimentos.
Hoje escritor tá recebendo cachê adiantado e despesas pagas para passar férias em Tóquio e escrever sobre a experiência. Não que isso seja errado, mas são outros tempos não? São outras experiências, são outras verdades(ou inverdades observadas em tubos de ensaio!) Mas deixa essa polêmica pra lá!
O filme de 2005 com o Mat Dillon no papel de Chinaski/Bukowski nos apresenta um escritor fortão(muito diferente das fotos acima) e o texto encenado nos dias atuais! Dá prá passar o tempo e observar que o texto não envelhece, porém necessário dizer que o livro é muito mais completo e instigante em uma ordem cronológica muito mais interessante e com o charme da década de 70.
Entre o livro e o filme fique com o livro...e veja depois o filme como puro entretenimento oriundo da curiosidade humana!(uau...)
Já ia esquecendo: entre uma cerveja e outra Bukowski escreveu e publicou mais de 45 livros de poesia e prosa e seis romances, dentre eles Factótum.
E por falar em texto que não envelhece, dias de hoje, escritores contemporâneos... que tal esta passagem do livro Factótum: "A lei do mais forte. Sempre havia homens à procura de empregos na América, sempre esta oferta de corpos exploráveis. E eu queria ser um escritor. Quase todos eram escritores. Nem todos acreditavam que podiam ser dentistas ou mecânicos de automóvel, mas todos tinham a impressão de que podiam ser escritores. Daqueles cinquenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos usavam palavras e sabiam escrevê-las, isto é, quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo de taxistas, e alguns homens - muitos homens - infelizmente, não são nada."
Conclusão: Bukowsky é uma porrada no estômago! Um brinde!!!!
O livro narra as aventuras ou melhor desventuras do alter-ego do escritor "Chinaski", escritor errante e alcóolatra , perambulando pelas diversas cidades americanas em busca de sub-empregos, bebidas, mulheres vulgares em becos sujos, ou seja, livro bom para ser lido em mesa de boteco com trilha sonora: Tom Waits ou quem sabe o blues do ZZ Top. (este eu desenterrei- lembra - os barbudos....)
O interessante do livro é que ele é autobiográfico - Bukowsky não escreveu o livro. Ele é o livro. Sua vida é o livro. Ele mesmo é o maior anti-herói da literatura norte-americana. Acho que inclusive chega a superar outro ídolo de outrora. Henry Miller.
Bons tempos em que o autor se envolvia com a literatura. Último remanescente daquela geração de escritores que se envolvia com a literatura de tal forma que passavam a fazer parte dela. E como sofriam....é inimaginável ver nos dias de hoje um escritor errante pagando com a própria vida pelo prazer de ser simplesmente escritor, com todas as implicações pejorativas de sua opção; o escritor ia fundo na tristeza, no sofrimento para depois, com beleza, retratar tais sentimentos.
Hoje escritor tá recebendo cachê adiantado e despesas pagas para passar férias em Tóquio e escrever sobre a experiência. Não que isso seja errado, mas são outros tempos não? São outras experiências, são outras verdades(ou inverdades observadas em tubos de ensaio!) Mas deixa essa polêmica pra lá!
O filme de 2005 com o Mat Dillon no papel de Chinaski/Bukowski nos apresenta um escritor fortão(muito diferente das fotos acima) e o texto encenado nos dias atuais! Dá prá passar o tempo e observar que o texto não envelhece, porém necessário dizer que o livro é muito mais completo e instigante em uma ordem cronológica muito mais interessante e com o charme da década de 70.
Entre o livro e o filme fique com o livro...e veja depois o filme como puro entretenimento oriundo da curiosidade humana!(uau...)
Já ia esquecendo: entre uma cerveja e outra Bukowski escreveu e publicou mais de 45 livros de poesia e prosa e seis romances, dentre eles Factótum.
E por falar em texto que não envelhece, dias de hoje, escritores contemporâneos... que tal esta passagem do livro Factótum: "A lei do mais forte. Sempre havia homens à procura de empregos na América, sempre esta oferta de corpos exploráveis. E eu queria ser um escritor. Quase todos eram escritores. Nem todos acreditavam que podiam ser dentistas ou mecânicos de automóvel, mas todos tinham a impressão de que podiam ser escritores. Daqueles cinquenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos usavam palavras e sabiam escrevê-las, isto é, quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo de taxistas, e alguns homens - muitos homens - infelizmente, não são nada."
Conclusão: Bukowsky é uma porrada no estômago! Um brinde!!!!
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