segunda-feira, 16 de março de 2009

Travessuras da Menina Má


"QUE RASTRO DEIXAREMOS DA NOSSA PASSAGEM POR ESTE CANIL?"



Mais uma vez, Mario Vargas Llosa destila todo o seu talento para narrar a história universal, daquela personagem bem conhecida da mulher pobre que faz tudo para subir na vida, principalmente pisar na pessoa que lhe ama. A SÁDICA E O MASOQUISTA!
Parece novela da Globo?
Sim, “pero no mucho” já que Vargas Llosa é bem melhor que estes pobres roteiristas de televisão e sua ótima narrativa vem pautada por várias citações de peso, situações inusitadas, com a história passando-se em várias cidades como Paris, Londres, Lima, Tóquio ..., deixando bem claro a visão cosmopolita do escritor que pesquisa a fundo ruas, bairros, costumes, obras de arte etc. e não perde a oportunidade para demonstrar e nos ensinar culturas nas entrelinhas não esquecendo-se ainda das transformações sociais e políticas que desenrolaram-se no período.
Somos convidados a sofrer de amor e de ódio junto com o protagonista peruano, tradutor e intérprete que passa uma vida inteira apaixonado pela menina má que apenas aproveita de seu amor para subir na vida, utilizando-o como um objeto descartável e desorganizando todas as suas idéias entre um amante rico e outro.
Piegas?
Talvez....mas como já disse acima estamos falando de Vargas Llosa, que consegue extrair deste mote uma rica faceta da condição humana, das ambições de cada um, (ele um cara sem grandes pretensões, ela querendo conquistar o mundo); do envolvimento emocional dispare entre às pessoas(ele mergulhando à fundo no relacionamento sem ressalvas, ela sempre na superfície das coisas);
Poderia contar a história, mas, sinceramente não teria a menor graça já que o lance, a surpresa e o encantamento está no romance, no desenrolar pautado de toda a trama até o final inesperado e dramático.
Confesso que me vi adolescente, nas mãos de algumas meninas más que passaram pela minha vida totalmente indefeso e sujeito à porradas e queimaduras. Como apanhei.....como me queimei....
Mas quem não se queimou que atire a primeira pedra se for homem! Coisas do amor!
Breguice?
Talvez sim!...como o protagonista sofredor Ricardo Somocurcio, sou um eterno apaixonado e como diria a menina má, um “coisinha-á-toa”; ou como diria seu amigo e grande intérprete Salomón Toledano, alguém que: “só é quando não é, um hominídio que existe quando deixa de ser o que é, para que, através dele, passem melhor as coisas que os outros pensam e dizem”.
E durma com um barulho destes! Será que Ricardo também é Corinthiano?????Uiii...

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