Sempre começa com um acordar forçado, um café ralo, uma buzina estridente após um alongamento medíocre. Corredores ansiosos. O som é tecno. Depois o desagradável tecno vai dando espaço para a solidão e o compasso de passos monótonos e repetitivos. O silêncio impera.
O cheiro é de suor. As mentes confusas. –“Será que chego ou não chego? – Qual o sentido da vida?- Porque estou aqui?” E por aí vai...
Os kilometros passam pintados pelo chão; copos d’agua jogados nas sarjetas sem nenhum pudor. Subidas e descidas. A respiração ofegante. A dor na panturrilha, na coxa; os calos latejantes nos pés e as malfadadas bolhas.
As mentes confusas – “Não tinha coisa melhor para fazer? –Qual a razão disto tudo? - Cadê a minha cervejinha!?!?!”
Lá pela metade entramos no moto-contínuo, o piloto-automático assume; e a dor vai dando espaço para um prazer improvável. A mente mente . Seguimos em frente em busca de um objetivo que neste momento resume-se a...chegar!
Próximo à chegada aplausos anônimos e alentos: – “vamos, força que você consegue – tá chegando....”
Nessa hora, sempre um corredor apressado na retaguarda. Por uma questão de honra ou idiotice aceleramos também... O tecno horroroso novamente. Aquele mestre de cerimônias soltando palavras, tempos e premiações lúdicas com muita animação.
Após cruzar a linha recebemos: uma medalha de plástico, um tempo e uma banana!
E por incrível que pareça ...voltamos para a próxima... para a próxima...e para a próxima...
Continuamos a correr de ninguém para lugar nenhum com muita felicidade, satisfação e orgulho.
Apesar de todos os dissabores, correr é um vício saudável, sendo que endosso inteiramente as palavras do corredor e escritor Marcio Dederich: "Era um velho quando comecei a correr. Vem daí meu arrependimento por uma coisa que fiz na vida: devia ter começado a correr mais cedo. Hoje estaria mais jovem"
Por fim aproveitando uma frase da música "a letra a" de Nando Reis: "certeza é o chão de um imóvel. Prefiro as pernas que me movimentam"
Luiz Tinoco Cabral
O cheiro é de suor. As mentes confusas. –“Será que chego ou não chego? – Qual o sentido da vida?- Porque estou aqui?” E por aí vai...
Os kilometros passam pintados pelo chão; copos d’agua jogados nas sarjetas sem nenhum pudor. Subidas e descidas. A respiração ofegante. A dor na panturrilha, na coxa; os calos latejantes nos pés e as malfadadas bolhas.
As mentes confusas – “Não tinha coisa melhor para fazer? –Qual a razão disto tudo? - Cadê a minha cervejinha!?!?!”
Lá pela metade entramos no moto-contínuo, o piloto-automático assume; e a dor vai dando espaço para um prazer improvável. A mente mente . Seguimos em frente em busca de um objetivo que neste momento resume-se a...chegar!
Próximo à chegada aplausos anônimos e alentos: – “vamos, força que você consegue – tá chegando....”
Nessa hora, sempre um corredor apressado na retaguarda. Por uma questão de honra ou idiotice aceleramos também... O tecno horroroso novamente. Aquele mestre de cerimônias soltando palavras, tempos e premiações lúdicas com muita animação.
Após cruzar a linha recebemos: uma medalha de plástico, um tempo e uma banana!
E por incrível que pareça ...voltamos para a próxima... para a próxima...e para a próxima...
Continuamos a correr de ninguém para lugar nenhum com muita felicidade, satisfação e orgulho.
Apesar de todos os dissabores, correr é um vício saudável, sendo que endosso inteiramente as palavras do corredor e escritor Marcio Dederich: "Era um velho quando comecei a correr. Vem daí meu arrependimento por uma coisa que fiz na vida: devia ter começado a correr mais cedo. Hoje estaria mais jovem"
Por fim aproveitando uma frase da música "a letra a" de Nando Reis: "certeza é o chão de um imóvel. Prefiro as pernas que me movimentam"
Luiz Tinoco Cabral
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