Nesse livro "Joana a Contragosto" encontramos o personagem M.M., escritor quase-famoso, autor de 5 livros com 41 anos, perambulando entre Rio e São Paulo, criando expectativas de edredons no varal, cães, gatos, um sítio em Itatiaia, músicas de Roberto Carlos...ou seja, o amor bateu pela primeira vez na porta de nosso personagem.
Apaixonou-se por uma garota de 21 anos, inteligente, moderna, independente, rica, bonita e levou um pé na bunda. O tesão não rolou após uma noite de chimpanzés num Hotel vagabundo no Rio de Janeiro, aquela cidade do "Cristo estrangulado em nuvens de magnésia bisurada" . Joana ainda matou a sua filha/indiazinha com a pílula do dia seguinte ao som de Nelson Gonçalves cantando Lupicínio Rodrigues.
E o livro com grande maestria trata dessa situação. Entre idas e vindas acompanhamos o desmanche das certezas do protagonista e a sua transformação em ser voador na maturidade após a retirada de seu chão. A "mulherzinha" vence, e lhe coloca como adorno para o resto da vida todos os tipos de provações e provocações. É um acerto de contas de M.M. com todas as mulheres que já passaram por seus livros.
É meu caro M.M. "depois de ter exercido a consciência amorosa da babaquice, o sujeito torna-se efetivamente um babaca. Vai para a sarjeta, chafurda" e só lhe resta escrever um livro a contragosto para o deleite de seus leitores.
Obrigado por seu "sacrifício compartilhado"
E a despeito de suas novidades e um novo lirismo que ainda não conhecia gostaria de parabenizá-lo pelo grande desabafo: "Às mulheres que não me quiseram – repito – desejo a infelicidade plena. Às outras, que tiveram pagamento adiantado, desejo bons negócios e um feliz ano novo"
Vale ou não vale a pena ler Marcelo Mirisola? Eu não entendo....corram para as livrarias. Melhor que pagar a conta do analista!
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