sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O paraíso é na outra esquina Mario Vargas Llosa


O livro trata da vida de Paul Gauguin e sua avó Flora Trìstan, o primeiro dispensa comentários, grande pintor impressionista, radicado no Tahiti e posteriormente nas ilhas Marquesas, amigo e no final da vida inimigo do "holandês louco" Van Gogh, acreditava que o "paraíso" estava em fugir da vida burguesa, européia voltar as origens selvagens. Só assim a arte teria sentido, seria pura e interessante. E assim o foi no começo do século 20.
Viveu então uma vida riquíssima, porém pautada por grandes tragédias pessoais e doenças e miséria, originadas na sua escolha não convencional para a época. A liberdade total. Vide auto-retrato acima.

A sua avó Flora Trìstan também era uma figuraça. Uma das primeiras mulheres a se rebelar contra a revolução industrial, em meados de 1840; começou a perambular por toda a Europa divulgando e relatando os horrores sociais oriundos da indústria e condições de trabalho, jornadas absurdas, desrespeito às mulheres, a prostituição abundante na Inglaterra, crianças trabalhando em condições desumanas, a redução de pessoas à condição de escravo(a)....
Criou então a "União Operária" escreveu livros a respeito, e se tornou então, sem sombra de dúvidas, uma das primeiras sindicalistas e feministas da história. Personagem riquíssima. Buscou seu "paraíso" junto com os sansimonistas e foueristas, enfrentando muito preconceito e ignorância, numa utopia ideal da insubmissão dos operários às condições sub-humanas vividas na época. Uma heroína, que sacrificou sua vida em prol de um ideal.
Será que o Lula já ouviu falar alguma coisa sobre Flara Trìstan???? Duvido!
Grande livro, leitura extremamente agradável, na minha adorada Trindade, de um grande escritor Peruano Mário Vargas Llosa.
Esses escritores latinos só me surpreendem!
Viva os escritores latinos. Abaixo aquele louco nacionalista da Venezuela.

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