segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Arthur Schopenhauer


O que dizer de mais um livro de Irvin D. Yalom, “A Cura de Schopenhauer?
Primeiramente fico bem a vontade porque ninguém. Ninguém lê este Blog! Aliás ninguém lê quase nada a não ser aquilo que interessa para ganhar dinheiro ou coisa que o valha! Pessimista eu? Então conheça o personagem principal deste livro para saber o que é um cara pessimista. Um cara que simplesmente desiste da convivência humana considerando que esta convivência no sentido pleno de engrandecimento do ser humano é inviável. Vários filósofos beberam nessa concepção. Talvez os mais famosos sejam Nietsche e Schopenhauer. É verdade. Porém traídos por este estilo de vida enlouqueceram ou passaram a maior parte da vida como loucos marginais. Será que estou ficando assim? Não....ainda tenho um lastro de convivência humana, embora não suporte mais ir ao campo, shopping, clube, igreja....
Mas...voltemos ao livro – Tudo se passa com um psicanalista, Hertzfeld, que tem como base de seu trabalho a terapia em grupo. Num estágio de doença terminal(Câncer) , num balanço/acerto de contas final, resolve ir atrás de seus pacientes mais problemáticos, aqueles em que o tratamento não surtiu efeito. No início desta busca encontra o seu maior fracasso; Philip, uma pessoa totalmente mudada e isolada com base nas idéias de Schopenhauer, o maior pessimista de todos os tempos. Nessa convivência firmam um trato. Para Philip adquirir o aval de Hertzfeld para tornar-se um psicanalista , teria que participar de um grupo em terapia. Surgem os embates dialéticos e muitas desavenças motivadas pelo conflito e pelas diferenças latentes de todos os membros do grupo até à redenção improvável de Philip e dos demais. Paralelamente vamos em capítulos intercalados conhecendo a vida fantástica de Schopenhauer. Aliás o maior mérito de Yalon é trazer a filosofia para o leigo, para o cidadão comum, despertar essa paixão pelas idéias no sentido imaterial, amplo...
Enfim é uma leitura que cria um momento diferenciado...um algo mais filosófico de uma maneira divertida e voyeristica, como se pudéssemos observar uma sessão de terapia sem comprometimentos, à margem, como uma mosca.
Recomendo para os adeptos da terapia em grupo, porém acho que hoje observando melhor as coisas acredito muito mais em Schopenhauer, que certa feita disse: “o conhecimento é limitado, só a estupidez é ilimitada”. Desta feita morreu isolado como sempre viveu depois de ser obrigado a conviver com os “lastimáveis bípedes humanos”, como aliás se referia Shcopenhauer.

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