sexta-feira, 26 de setembro de 2008

cú de bêbado não tem dono




CAPÍTULO 1 – SÃO PAULO - BRASIL

Rubão conheceu Helena na fábrica de cerveja onde trabalhavam; mais especificamente no setor de engarrafamento.
Ele alto forte e de cabelos negros como a asa da graúna. Ela pequena, delicada e meiga com os cabelos mais longos que o talhe de palmeira.
Começaram a namorar e apesar das diferenças físicas logo descobriram coisas em comum; mais especificamente uma coisa em comum. Adoravam sexo; e na cama convencional se davam muito bem.
Porém com o passar dos tempos, mais especificamente dois anos de namoro, a relação começou a ficar monótona e repetitiva.
Para afastar o tédio Rubão começou a ter brilhantes idéias; mais especificamente uma brilhante idéia: transar em lugares insusitados e improváveis de forma rápida e fortuita.
Tudo começou um dia no Parque do Ibirapuera. Helena com uma saia rodada e sem suas roupas íntimas, mais especificamente sem a calcinha, sentou na grama no colo de Rubão e transaram ali mesmo com várias pessoas passando ao redor.
A experiência foi tão emocionante que repetiram a dose na praia, mais especificamente num final de semana na Praia Grande onde a cena romântica deu-se no mar.
E daí em diante o tédio deu lugar à emoção vibrante da aventura. Era no elevador, no carro, banheiro de boteco, casa dos pais, festa de batizado, festa de criança, cemitério, velório....
Tudo ia muito bem; muito tesão, muitas emoções fortes mas...Rubão tinha uma idéia fixa, uma verdadeira obsessão. A coisa tinha que ser feita onde se conheceram, mais especificamente na Fábrica de Cerveja no setor de engarrafamento.
Porém como executar o intento com tanta gente no local, bem como o insuportável encarregado Tonhão que não largava do seu pé?
Após grandes estudos e projetos de alta indagação formulou seu plano. Na hora do café, mais especificamente às 22:30 horas do turno da noite esperaria todos saírem para o refeitório, inclusive o encarregado Tonhão que não perdia o café por nada, e então “pimba”:...daria início àquela transa inesquecível que não poderia durar mais do que especificamente 10 minutos. (tempo do intervalo).
E chegou o grande dia. Considerando o tempo que dispunham Rubão já chegou na fábrica vestido, mais especificamente com a camisinha no pinto. Helena sua comparsa no crime veio com sua velha saia rodada e sem suas roupas íntimas, mais especificamente sem sua velha calcinha;
A sirene irritante tocou; todos foram para o café, menos o casal. E então sem mais delongas “pimba”: a transa inesquecível começou ali mesmo onde tanto sonharam. Na Fábrica onde se conheceram, no setor de engarrafamento, mais especificamente próximo a esteira onde as garrafas circulavam em fila até o braço mecânico que impingia violentamente as tampas douradas em suas bocas.
Tudo ia às mil maravilhas; Rubão e Helena estavam em êxtase, em transe....ele apenas com o pinto para fora da braguilha...ela com sua saia rodada e esfuziante...a melhor transa de suas vidas, movimentos repetitivos e ritmados, muito suor, muita cerveja... (só faltava o samba!).
Mas alegria de operário dura pouco, mais especificamente muito pouco.
Ao fundo viram uma porta abrir-se e um vulto enorme entrando no setor, mais especificamente o encarregado Tonhão que estranhamente voltava do café mais cedo como jamais tinha feito. De súbito o casal interrompeu o ato e sabe-se lá por qual razão Rubão tirou a camisinha guardou o pinto e ficou lá...parado...com cara de patso...em estado de choque... de braços abertos e com a camisinha na mão sem saber o que fazer.
Quando Helena viu Rubão fazendo aquela cena comprometedora sussurrou delicadamente:

“-Faz alguma coisa idiota....esconde essa porra!”

De forma inconsciente e assustado Rubão fez a única coisa que lhe ocorreu no momento: girou o braço para trás e enfiou a camisinha numa garrafa que andava pela esteira segundos antes de ser lacrada com a tampa dourada. Tonhão nada viu de estranho... tinha voltado especificamente para buscar seu óculos de grau. Dezoito de miopia.


CAPÍTULO II – MOSCOU - RÚSSIA

A cerveja com a camisinha foi para um engradado de plástico. O engradado foi para um container, o container foi para um navio que chegou no Porto de San Petesburgo na Rússia. A cerveja importada do Brasil foi parar numa noite fria, no Bar Vodka em Moscou quando o cidadão moscovita Pavlov após pedir a 12ª. garrafa recebeu a dita cuja no balcão e depois do primeiro gole comentou com seus amigos Sasha e Boris:

"-Esta cerveja esta com um gosto gozado, vocês não acham?"

Depois de experimentar olhou para a garrafa e viu a camisinha boiando no líquido amarelo e mais uma vez comentou:

“-Malditos fabricantes de cerveja, por que não pensaram nisso antes; se as garrafas de cerveja trouxessem uma camisinha de brinde, eu nunca teria engravidado aquela vagabunda em Kiev!!!!”

Pra finalizar a noite, bebeu a derradeira cerveja, retirou a camisinha da garrafa e colocou no bolso ao lembrar o dito popular universal: “cú de bêbado não tem dono”.

Nunca se sabe....(pensou) e saiu perambulando pelas ruas de Moscou até dormir num banco duro e gélido na Praça Vermelha.

Acordou no dia seguinte roxo de bruços e com a calça arriada. A camisinha(???) Sumiu!(?)



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