terça-feira, 10 de julho de 2012

Na arte contemporânea vale tudo (ou quase?)


Cauê e Tinoco no IFF

Semana passada tivemos uma overdose de arte contemporânea no instrutivo e ilustrado curso ministrado pelo doutor, filósofo, professor e curador Cauê Alves no Instituto Figueiredo Ferraz de Ribeirão Preto. (vide foto acima)
Iniciamos pelo estudo de Greenberg intitulado “auto-consciência da arte” passando por todos os “ismos” e artistas relevantes até chegar ao fim da história da arte no estudo de Arthur C. Danto (pós-histórico).
No Brasil passamos pelo movimento Ruptura 1952 que visava claramente romper com os modernistas clássicos, com uma base do movimento concreto, neo-concreto, Tropicália, casa 7, Galerias etc. até chegar no pós-histórico “dantosco” brasileiro dos dias atuais e um olhar mais aprofundado sobre a novíssima geração que com certo alívio não necessita mais contrapor-se a ninguém.
E o que ficou pelo menos para mim sobre a arte contemporânea atual conceitualmente falando é que o romantismo “já era”. É o fim da utopia. A arte não é mais estilo é IDÉIA acima de tudo. Pode-se fazer tudo e qualquer coisa inclusive utilizar-se do passado que está aí disponível. Vale mais o não pensado que está no interior da obra de arte. A arte é heterogênea, plural e ocupa várias e inimagináveis dimensões. Não é necessário uma base sólida mas uma vaga idéia de liberdade. Vamos provocar o estranhamento, a interrogação, fugir do banal, “se perder” .... “Viver ultrapassa todo entendimento” já dizia Clarice Lispector.
E é com esse olhar que temos que fazer e enxergar a obra de arte, sem buscar somente e tão somente o entendimento. O olhar como exercício de liberdade e subjetivismo de nossa experiência, nossa vivência própria, exclusiva e única com a obra, com o mundo....
Resta saber se toda essa liberdade vai levar as artes para um novo patamar criativo ou ao contrário para um esgotamento angustiante. O pós-histórico vai dizer, ou quem sabe o pós-pós-histórico.
E digo que todos esses conceitos são auto-aplicáveis a literatura contemporânea que não está alheia a esta movimentação libertária sempre e incansavelmente em busca do novo. A comunicação entre os diversos segmentos artísticos é muito salutar e necessária. A ampla liberdade então nem se fala. Arte/poesia, inutilidade/necessidade essa eterna ambigüidade que nos faz calçar os sapatos pela manhã.
Particularmente e concluindo o momento histórico é bem interessante, basta conhecer e aproveitar.
E nessa de liberdade total só para ilustrar, descontrair ou avacalhar (como queira) termino este texto citando o narrador esportivo Milton Leite: “QUE BELEZA!”

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