segunda-feira, 15 de março de 2010

Memórias da Sauna Finlandesa Marcelo Mirisola


Muito pode-se falar sobre este novo livro do Marcelo Mirisola, Editora 34, “Memórias da Sauna Finlandesa”. Muito já se falou. E é engraçado como hoje a crítica divide-se sem controle. Porém observando algumas vejo em suma duas espécies : os que entendem e os que não entendem o escritor. Os que não entendem descem a lenha e a crítica mais comum é de linguajar chulo gratuito, problemas emocionais, assuntos irrelevantes e de baixo nível, referências baixas e coisas do gênero. Os que entendem tem uma visão mais ampla. Observam o quanto a mentira confunde-se com a verdade nestes “textos autobiográficos” e como é tênue a fronteira entra a ficção e realidade. Uma deliciosa brincadeira. Eu que tenho 9 dos 11 livros dele aqui na estante posso falar de carteirinha. O cara esta cada vez melhor. Dou risada sozinho tamanho o humor. E agora começou a partir timidamente para a ficção de uma terceira pessoa narrada em primeira pessoa e com as idéias de uma outra pessoa(ele próprio). O que mais podemos esperar de uma ficção? O triste é saber que o Marcelo vem sofrendo patrulhamento dos Manos, das igrejas evangélicas e até mesmo dos fãs do Chico e do Ed Mota(maior injustiça/”de caso pensado” do escritor), mormente em decorrência de seu outro lado genial, o de cronista. A ponto de mais uma vez declarar-se publicamente, cheio de tudo e alheio a realidade e cada vez mais próximo da ficção que no fundo no fundo em sua obra é tudo farinha do mesmo saco. Mesmo as crônicas de assuntos triviais são brindadas com pitadas do imponderável, do fantástico. E é esse o seu grande trunfo. Diria até que ele está cada vez mais para Gabriel Garcia Marques do que para Alberto Fuguet. Mais para Cortazar e Bioy Casares de que para Bukowski e Henry Miller sem desmerecer qualquer um destes grandes escritores. O lance é que o cara está achando cada vez mais aquilo que todo escritor busca. O seu estilo próprio. E essa busca é dolorosa e a gente sente essa dor em cada um dos 19 contos deste novo livro. Muita melancolia, muita nostalgia, muitos poltergeisters(essa é dele!) até chegar no vazio em que se encontra agora a ponto de dizer em seu blog que “vai dar um tempo” com as crônicas dentre outras atitudes corajosas de quem busca um sentido para toda esta loucura . Mirisola é como aquela passagem da Bíblia: seja quente ou frio mas morno nunca! Algo assim salvo engano. Concluindo - meu amigo..... perplexos ficamos nós com tanto talento e tanta coragem. “O Dostoievski do Jardim Casqueiro assinaria embaixo” (MM) Boa noite – leia o livro. Devore-o ser antropofágico das profundezas, bom até para as “viúvas do Leminski”.

Um comentário:

Anônimo disse...

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