domingo, 4 de outubro de 2009

Emerson Wiskow e seu "Ovos de Touro"



provável auto-retrato extraído do site do Emerson "cavalos não correm deitados"

Eu gosto do Wiskow e é só. Poderia criticar o seu livro, dizer que tem erros de português gritantes, que as estórias muitas vezes não são devidamente aproveitadas, que falta surpresa em muitas delas mas não. Gosto do Wiskow. Da maneira como ele desenha e disponibiliza seus textos; gosto dos seus gostos e referências, o velho Buk, Gutierrez, mulheres gostosas, bares etc. Gosto da sua peregrinação em busca do auto-conhecimento como escritor. E gosto de algo que supera qualquer falha dele. Sua cara-de-pau! no sentido de ausência de pudores como escritor. A literatura está aí para quem quiser e isso é muito bom. E ele explora tudo isso muito bem aparentemente sem segundas intenções. O que é um alento. Seu anti-profissionalismo é salutar e sua crítica ao Daniel Galera melhor ainda. Tá certo - o cara (Daniel)conseguiu escrever um romance e isso já é muita coisa em um País como o nosso. Mas ele não é essa coisa toda! Dá pra compreender?Gosto inclusive de algumas fixações recorrentes. Me identifico. Wiskow é um grande voyeur! Seus suicidas, suas vagabundas, suas bundas com muita carne, seus prostíbulos decadentes, os bares gelados que não tenho por aqui(Rib 40 graus). Nem vou dizer que não gosto de marcianos, cigarros, mulheres verdes, uma cabeça-decepada, um encontro com Jesus na Zona, exaltação ao próprio pinto. Não! Não vou! Porque gosto do Wiskow e é só. Como um irmão de uma confraria secreta e restrita.

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