imagem retirada do blog da Status - da crônica homônima
Ahhh o velho lema da literatura brasileira – sempre gostar
do livro dos amigos... Como não devo nada para ninguém muito menos para o
Reinaldo Moraes que conheci na Feira do Livro aqui de Ribeirão Preto lá vai. Dei
algumas risadas nas primeiras crônicas. Se fosse para eleger uma elegeria a
primeira do livro “Retiro Criativo do Carvalho”. Ótima crônica que traz uma idéia
para um retiro de escritores para lá de inusitado. Se fosse para eleger a
segunda melhor crônica elegeria a 2ª. crônica do livro “Chaterine, Serge et moi”.
Conhecendo o Reinaldo essas coisas que ele narra só poderiam acontecer com o próprio. Assistir uma sessão de cinema ao lado do Alan
Gainsburg e da Catherine Deneuve. O deslumbramento do fã no auge da juventude. Ótima
também. O livro de crônicas “O cheirinho do Amor” crônicas safadas, Editora
Alfaguara é sem sombra de dúvidas divertido, leve e descompromissado. Mas
confesso que esperava mais. Com o passar das crônicas, que foram escritas
originariamente e publicadas na Revista masculina Status, o esquema traçado e
provavelmente encomendado pela revista começa a ficar repetitivo, diria até técnico,
por vezes maçante com assuntos pra lá de datados, em que pese a maestria do
escritor, domínio da gramática, do assunto e a manifesta e notória cultura
geral. Talvez esteja sendo chato, mas é isso aí, aqui nesse espaço não faço
concessões e não estou aqui para puxar o saco de ninguém. O legal de um livro
de crônicas ou contos, pelo menos para este modesto leitor, é a divergência de
assuntos, o inusitado, o que podemos verificar não muito longe em outro livro
do próprio Reinaldo Moraes “Umidade”, onde temos uma gama de assuntos
diferentes, crônicas de períodos diversos, a evolução estilística do autor sem
cair no enfado e na mesmice. No novo livro “Cheirinho” ficam nítidas às concessões
do autor ao esquema da revista e ao gosto médio de seu leitor, em alguns pontos
chega até a explicar às citações, ou seja, no ato de escrever a crônica deve
pensar: acho que meu leitor não tem cultura para conhecer esse escritor que
cito, ou essa obra de arte então lá vai um parágrafo/aula introduzindo de
maneira “light” e até indicando o universo paralelo da alta cultura para eles.
Tudo bem para revista de mulher pelada vale, é até recomendável, mas
para livro, e para o público que entra numa livraria, compra um livro, conhece
a obra do escritor e espera um pouco mais do que simples entretenimento ficou
devendo. Vixi comecei o ano bravo heim??? Criticando o mestre, autor de PORNOPOPÉIA? Muita coragem. Mas não se preocupe não Reinaldão. Ninguém lê mais blog hoje em
dia; o meu então está no limbo. Comentários por favor
(risos).