Jass é um escritor americano consagrado vencedor do Prêmio
Edgard Allan Poe, mas o que me levou ao livro foi o ótimo título. Conta de
forma muito bem humorada a estória de um anti-herói Matt Prior, jornalista com
tendências poéticas e artísticas que abandona um emprego fixo para aventurar-se
em carreira solo na internet. A partir disto o autor vai desvelando fracassos
em série de Matt. O negócio não dá certo e no fluxo vem a crise financeira,
matrimonial, familiar, profissional, culminando na crise de identidade com o
protagonista aventurando-se numa insólita viagem ao mundo do tráfico de drogas.
É claro que nada dá certo. O cara é jornalista e pior poeta como poderia
envolver-se em seara tão distinta e tão, digamos, anti-poética. O bacana é que
ao mesmo tempo em que o escritor nos entretém com essa personagem tão
cativante, paralelamente faz uma crítica a todo o sistema americano
capitalista, da busca desenfreada por comodidades, status, coisas e mais
coisas, o que leva muitas vezes o cidadão a deixar toda a vida esvair-se pelo
ralo, num fluxo constante e perpétuo ruma ao lugar que nos indicaram, que nos
reservaram no sistema hidráulico. O esgoto. A selvageria urbana dos encanadores
e detentores das torneiras em Wall
Street. O sonho americano nunca foi tão questionado. E é isso, no fundo o livro
é : da classe média a classe pobre para demonstrar que não precisamos de luvas
se temos bolsos. E o que importa está em outro lugar com certeza. E que para
essa sociedade que está aí , começar do zero talvez seja uma boa saída. Sem
afetações e maneirismos é claro. Pra começar - deixar o carro em casa e pegar
um ônibus é uma salutar mudança de perspectiva. “O medo conduz às formas
poéticas mais baixas” (pg 311, cap 28 Ed Benvirá 1ª. edição- titulo/autor
supra)
TIREM AS CRIANÇAS DA SALA
Há uma semana
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