quinta-feira, 17 de maio de 2012

Raul Seixas - o filme "O início, o fim e o meio"

Está tudo lá, as diversas mulheres, amantes, as músicas fantásticas, os amigos, os “supostos amigos”, a bebida, drogas, roquenrou misturado com baião, as experiências místicas, as loucuras, os fartos cabelos e barba por fazer, as viagens, imagens antológicas,escatológicas, os fanáticos fãs, as controvérsias....Walter Carvalho tenta fazer em curto espaço de tempo(tarefa inglória) uma síntese dos 44 anos do músico e 17 de carreira deixando o documentário redondinho, redondinho....porém sinto que faltou alguma coisa. Acho que faltou trilha sonora, emoção, faltou cinema. Afinal eu estava no cinema e não assistindo o jornal das oito. Poderia ter misturado ficção com documentário deixado as músicas falarem por si e pelo riquíssimo personagem. Enfim, ficou tudo muito redondo e caretinha. Raul com certeza não aprovaria. Se é para falar do “início, o fim e o meio” por que não subverter a ordem cronológica dos acontecimentos? E por mais que o filme tenha um flerte com o distanciamento os julgamentos ficam no ar... Explico. O filme tenta mostrar um Paulo Coelho bonzinho e um Marcelo Nova vilão. Pois não é que tive exatamente a impressão contrária? Paulo Coelho mostrou-se extremamente formalista e frio numa visita ao camarim do Raul para simplesmente cumprir tabela e mostrar solidariedade ao “bêbado decrépito”. E questionado sobre o arrependimento em ter apresentado drogas a Raul se defendeu dizendo que o cantor era maior, casado com filho e vacinado. Demonstrou ainda uma pontinha de inveja e rancor travestido de competição “saudável” entre amigos pelas músicas que nunca escreveu . Triste...triste Paulo Coelho. Já quanto a questão “Marcelo Nova” fico com a visão de Caetano Veloso. Por mais que tenha se beneficiado indiretamente da situação o intuito do Marcelo Nova era nobre. Trazer à tona e para o seu verdadeiro lugar(o palco) um autêntico artista, um ídolo capaz de mostrar caminhos diante de toda essa mesmice. Afinal é melhor encerrar os dias no palco cantando e trocando idéias com o público ou no jardim zoológico dando pipoca aos macacos? Quem é o maluco e quem é o “normal” nessa estória toda? Meus caros amigos e inúmeros leitores; o que mata não é a droga e a bebida, o que mata é o comodismo e a indiferença. Aliás tem neguinho por aí que anda para lá e para cá com toda empáfia e não sabe que já morreu. Zumbis, mortos-vivos e sanguessugas em demasia com suas gravatas de bolinha e matronas com seus tailleurs estilo Chanel. E para finalizar ai vai o ponto forte do filme: O resgate,os depoimentos e as imagens do incrível parceiro Cláudio Roberto; ponto fraco: Pedro Bial urgh! Melhor nem comentar. E porque estou aqui neste espaço de literatura falando de um músico? Ora Raul era um grande escritor. Letra de música não é literatura? Bom...o papo está muito bom a cerveja gelada , a música está boa mas...será que não dava para tocar Raul? TOCA RAUUULLLL!!!!!!!!!!

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