sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Monstros Invisíveis Chuck Palahniuk

foto extraída do blog clube da luta baseado no outro livro (famoso) de Chuck

Vendo uma foto de Chuck Palahniuk sou remetido a imagem de Jack Kerouac, aquele tipo de brutamontes das letras. Daquele escritor com braços sarados que gosta de porrada, droga, sexo, maluquices e escatologia. É essa a pilastra de sua literatura. O livro "Monstros Invisíveis" era para ser o seu primeiro romance mas foi reiteradamente recusado pelas editoras por ser "doentio demais". É mole? Depois o cara arrebentou com o "Clube da Luta"(vide foto acima) e os editores estão publicando qualquer coisa que ele escreva. Escreve e vende, escreve e vende para cinema já que seus livros parecem roteiros. Esse então primeiro romance é descaradamente um roteiro de cinema naquilo de mais atual já que num mesmo parágrafo e/ou capítulo vamos para o passado para o presente para infância, juventude e vamos correndo os anos da personagem principal de trás para frente de frente para trás sem uma cronologia reta e pontiaguda(diga-se careta). "Corta para", "corta para"....Escritor de estilo. Com certeza queridinho dos Festivais de Sundance. Mas tirando as brincadeiras de lado, gostei da coisa toda. É a história de uma mulher/modelo que depois de um acidente de carro/tiro fica com o rosto totalmente desfigurado tem que fazer um balanço/auto-análise e reinventar a sua vida. O livro passa então a fazer uma séria de críticas a sociedade de consumo que eleva a beleza ao patamar único de satisfação e projeção social. Vc é aquilo que vc parece e não aquilo que vc é! Entendeu? Portanto o livro sai da mesmice de historinha de cinema pra entreter e vai um pouco além! Entra realmente na estética literária e não a estética meramente cinematográfica também presente e isto é muito salutar. Cria um climão próprio: operações plásticas, mundo "fashion" vidas reinventadas a cada momento, uma transexual de nome Brandy Alexander, criação das irmãs Reines(hilárias), a própria protagonista, seu irmão ambíguo, o namorado duvidoso, enfim ninguém é o que parece ser e as pessoas vão mudando de nome e de objetivos até um final surpreendente e maluco que não vou dizer aqui para não tirar o tesão. Alguém ainda tem tesão enquanto lê? Eu tenho. Inclusive quando vou ao cinema. Ontem fui ver o novo Tarantino - Bastardos Inglórios e me deliciei com a originalidade e as piadas inglórias. Pano rápido. Corta para o relógio que tenho que sair. Como diria o Brad Pitt no filme em seu italiano macarrônico Arrivederci amore mio.


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