sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O CHEIRINHO DO AMOR - crônicas safadas - Reinaldo Moraes



imagem retirada do blog da Status - da crônica homônima

Ahhh o velho lema da literatura brasileira – sempre gostar do livro dos amigos... Como não devo nada para ninguém muito menos para o Reinaldo Moraes que conheci na Feira do Livro aqui de Ribeirão Preto lá vai. Dei algumas risadas nas primeiras crônicas. Se fosse para eleger uma elegeria a primeira do livro “Retiro Criativo do Carvalho”. Ótima crônica que traz uma idéia para um retiro de escritores para lá de inusitado. Se fosse para eleger a segunda melhor crônica elegeria a 2ª. crônica do livro “Chaterine, Serge et moi”. Conhecendo o Reinaldo essas coisas que ele narra só poderiam acontecer com o próprio.  Assistir uma sessão de cinema ao lado do Alan Gainsburg e da Catherine Deneuve. O deslumbramento do fã no auge da juventude. Ótima também. O livro de crônicas “O cheirinho do Amor” crônicas safadas, Editora Alfaguara é sem sombra de dúvidas divertido, leve e descompromissado. Mas confesso que esperava mais. Com o passar das crônicas, que foram escritas originariamente e publicadas na Revista masculina Status, o esquema traçado e provavelmente encomendado pela revista começa a ficar repetitivo, diria até técnico, por vezes maçante com assuntos pra lá de datados, em que pese a maestria do escritor, domínio da gramática, do assunto e a manifesta e notória cultura geral. Talvez esteja sendo chato, mas é isso aí, aqui nesse espaço não faço concessões e não estou aqui para puxar o saco de ninguém. O legal de um livro de crônicas ou contos, pelo menos para este modesto leitor, é a divergência de assuntos, o inusitado, o que podemos verificar não muito longe em outro livro do próprio Reinaldo Moraes “Umidade”, onde temos uma gama de assuntos diferentes, crônicas de períodos diversos, a evolução estilística do autor sem cair no enfado e na mesmice. No novo livro “Cheirinho” ficam nítidas às concessões do autor ao esquema da revista e ao gosto médio de seu leitor, em alguns pontos chega até a explicar às citações, ou seja, no ato de escrever a crônica deve pensar: acho que meu leitor não tem cultura para conhecer esse escritor que cito, ou essa obra de arte então lá vai um parágrafo/aula introduzindo de maneira “light” e até indicando o universo paralelo da alta cultura para eles. Tudo bem para revista de mulher pelada vale, é até recomendável, mas para livro, e para o público que entra numa livraria, compra um livro, conhece a obra do escritor e espera um pouco mais do que simples entretenimento ficou devendo. Vixi comecei o ano bravo heim??? Criticando o mestre, autor de PORNOPOPÉIA?  Muita coragem. Mas não se preocupe não Reinaldão. Ninguém lê mais blog hoje em dia; o meu então está no limbo. Comentários por favor
(risos).